
MonitorArbo: projeto de combate às arboviroses em Parnamirim vai além do monitoramento de focos
- cledson1000
- há 3 dias
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Todo ano é a mesma coisa: o verão chega e, com ele, as arboviroses – aquelas doenças causadas por transmissão viral a partir de mosquitos como o Aedes Aegypti. As mais comuns nas cidades brasileiras são Dengue, Chikungunya e Zika. Mas, se essas patologias e seu principal transmissor já são mais do que conhecidos, como é possível aprimorar o combate desse velho problema?
A resposta pode estar na adoção de uma estratégia mais eficiente de monitoramento dos focos. Em Parnamirim, cidade da região metropolitana de Natal, no Rio Grande do Norte, o projeto MonitorArbo, implantado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) em 2021, tem tido resultados efetivos. Em 2022, foram retirados de circulação mais de 158 mil vetores das arboviroses no município.
A iniciativa funciona a partir do cruzamento de informações sobre a presença dos insetos e de casos de arboviroses entre a população de uma determinada área. Os dados são coletados pelos Agentes de Combate às Endemias (ACE) nas residências e estabelecimentos comerciais, semanalmente, com as chamadas ovitrampas, espécies de armadilhas instaladas pelo município nesses locais. Hoje, até a base aérea de Parnamirim conta com ovitrampas. Em toda a cidade, que possui cerca de 130 mil imóveis, são 175 áreas monitoradas por semana.
A gente tinha um cenário meio mecânico nos trabalhos. Os agentes de endemias indo casa a casa, produzindo uma informação, mas sem ter os dados sobre a doença. A gente viu que tinha de acompanhar mais de perto”, analisa o diretor do Departamento de Vigilância em Saúde de Parnamirim e agente de combate às endemias, Kleyton Araújo, de 35 anos. Há 14 anos atuando na SMS, ele participou da implantação do MonitorArbo no município. O projeto começou a ser articulado nos últimos dois anos, mas o gestor lembra que ainda em 2011, quando a Fiocruz em conjunto com o Ministério da Saúde escolheu a cidade para testar as ovitrampas, já havia o desejo da implementação.
Segundo Kleyton, a principal diferença do LIRAa para o MonitorArbo é que, por meio deste, tem-se uma fonte de informação sobre a presença do vetor quatro vezes ao mês em vez de quatro vezes ao ano. Além disso, com a utilização de uma ferramenta gratuita que permite a junção e a tabulação dos dados epidemiológicos, o QGIS, é possível fazer também o georreferenciamento. Isso permite que a Secretaria atue de forma mais ágil e precisa, inclusive incluindo outros órgãos municipais, como os de meio ambiente e limpeza, se for preciso.
“Com o cruzamento dos dados, se pensa nas ações de enfrentamento das arboviroses com trabalhos educativos ou com os próprios agentes entrando naquela área. Por exemplo, às vezes, sabendo que uma área estava com muitos casos, a gente fazia um trabalho com as escolas do bairro para trazer a população para trabalhar junto com a gente”, explica o diretor.


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